Blog com dicas e artigos sobre finanças pessoais e investimentos.
terça-feira, 27 de agosto de 2013
terça-feira, 20 de agosto de 2013
O que você precisa saber sobre seguro de vida
Refletindo sobre a finalidade do Seguro de Vida
Por: Minha Vida Financeira
Falar
sobre este assunto é um tabu para muitas famílias. Decidir contratar um seguro
de vida não é, ainda, uma atitude comum entre os brasileiros, devido às
crenças, paradigmas e objeções que cercam o assunto. Muitas pessoas sentem-se
desconfortáveis em falar sobre o tema pensando que, ao contratar uma proteção
de vida, estarão atraindo a morte; ou ainda, acreditam não ser um bom negócio
pelo fato de que não aproveitarão o dinheiro pago pelo seguro.
Será que é verdade? Será que essas pessoas construíram um
pensamento racional sobre a real importância e necessidade de se ter um seguro?
Se a busca por proteção atraísse a morte, o uso do cinto de
segurança teria aumentado o índice de acidentes fatais no trânsito, ao invés de
diminuí-lo, certo?
Então, assim como ter um seguro não aumenta as chances de uma
fatalidade ou dano à integridade física, o fato de não tê-lo também não diminui
esse risco. Os riscos minimizados são sempre os financeiros! Por isso, é sobre esse aspecto que
avaliaremos de forma inteligente o custo-benefício de se ter um seguro.
Agora que quebramos um paradigma, listamos alguns exemplos
característicos de quem necessita da proteção de um seguro de vida. Veja se
você se encaixa em algum deles:
Arrimo de família (pessoas que fornecem à família os meios de
subsistência):
É o legítimo provedor do lar. A pessoa que, para fornecer os
meios de subsistência à sua família, depende do seu trabalho e da geração de
renda. Neste caso, é extremamente importante buscar uma proteção que o cubra em
caso de morte ou invalidez. Pense
nisso! Se você fechar os olhos para a vida e abrir para a eternidade, de que
forma gostaria que sua família vivesse? Com o mesmo padrão de vida ou sentindo,
além da saudade, muita falta dos recursos oriundos do seu trabalho?
Pessoas dependentes da própria renda:
Essa é aquela pessoa que gera a própria subsistência,
porém não possui dependente ou herdeiros. Nesse caso, é importante avaliar o
impacto de uma invalidez e
que tipo de economia você terá caso não consiga gerar mais renda. Quanto é
necessário para manter a sua qualidade de vida?
Patriarca / Matriarca (chefe de família, detentor de patrimônio):
Muitas vezes o patriarca ou matriarca trabalhou bastante e,
inclusive, é comum que tenha emergido de uma situação difícil na infância. Com
trabalho e dedicação construiu, ao longo de sua vida, um patrimônio em prol de
sua família. Em um primeiro momento, talvez a falta desta pessoa não impacte na
qualidade de vida da família, porém, há sempre o risco de os herdeiros não
saberem administrar os investimentos e, por uma má gestão, acabar com todo
patrimônio construído. Nesse caso, o mais indicado é que se busque uma consultoria
profissional de sucessão patrimonial para discutir sobre o gerenciamento do patrimônio.
Além do risco da má gestão por parte dos herdeiros, existe outro
fator para essas famílias pensarem em ter um seguro de vida:
A dilapidação do patrimônio em inventário:
Nessa situação, o primeiro impacto observado é o bloqueio dos
bens, sendo que sua distribuição entre os herdeiros pode se arrastar por anos.
O próximo ponto é que altos valores são necessários para pagamento de
advogados, tributos e taxas cartorárias. Portanto, nesse caso, a contratação de
um seguro tem o objetivo de dar liquidez à família e recursos para que sejam
pagas essas despesas, as quais chegam a custar em média 15% do patrimônio
total.
Por último, pense também em sua atual situação de trabalho, principalmente
se você não contar com o apoio do INSS ou possuir renda maior que o teto pago
por ele (situação que, em caso de invalidez, implicará em uma diminuição do seu
padrão de vida, já que sua renda será somente a paga pelo INSS). Outro fator a
ser observado é que algumas profissões possuem maiores riscos de acidentes do
que outras. Por isso, pense na execução do seu trabalho e na ocasião de ficar
impossibilitado de realizar suas tarefas em razão de acidentes laborais.
Existem seguros que cobrem acidentes pessoais e pagam, por prazo determinado,
um salário conforme as coberturas contratadas.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
As contribuições do planejamento financeiro pessoal
Por: Antônio Dias
Assim como nas empresas, o
planejamento financeiro pode desempenhar um papel de grande relevância na vida
das pessoas, ajudando-as a obter, usar e controlar de maneira mais eficiente os
recursos financeiros. A utilização de tal instrumento de administração
financeira não se restringe apenas aos mais endinheirados, mas é igualmente
importante para os indivíduos financeiramente menos abastados. Ajudar a gastar
e a investir melhor o dinheiro ou a adequar o estilo de vida aos recursos
disponíveis estariam, respectivamente, entre suas principais contribuições. Seu
uso torna-se ainda mais necessário quando se leva em conta os níveis de
endividamento e de inadimplência do brasileiro, bem como a complexidade e a
incerteza do ambiente econômico contemporâneo.
As pessoas são frequentemente
confrontadas a situações que requerem algum tipo de decisão financeira. Em
geral, são decisões que envolvem investimentos, financiamentos, formação de
poupança, planejamento de aposentadoria, contratação de seguros. Ou seja, onde
investir o dinheiro, qual a melhor alternativa de financiamento para a
aquisição de um bem ou serviço, quanto poupar para obter um certo montante num
dado prazo são exemplos típicos de eventos financeiros que fazem parte da vida
das pessoas. Isso mostra que é preciso estar suficientemente preparado para
realizar as escolhas mais apropriadas do ponto de vista financeiro e da riqueza
pessoal.
O planejamento financeiro é um
instrumento capaz de orientar e de auxiliar as pessoas na importante tarefa de
administrar suas finanças. Confira abaixo as suas principais contribuições.
1. Integrar as grandes questões financeiras: o planejamento
financeiro oferece às pessoas a oportunidade de se debruçarem, de maneira
organizada e sistematizada, sobre os principais temas que envolvem suas
finanças, ou seja, gastos, impostos, fundo de reserva, investimentos, créditos,
dívida, poupança, ativos, aposentadoria e patrimônio. As definições em cada uma
dessas áreas são integradas ao planejamento financeiro anual do indivíduo ou da
família e passam a orientar suas ações cotidianas. Agir conforme o plano
estabelecido evita que as pessoas se afastem de seus objetivos e projetos, ao
mesmo tempo em que lhes proporciona uma vida financeira mais saudável e
próspera.
2. Ajuda a realizar planos: esta seria, talvez, a maior
contribuição do planejamento financeiro. Seu processo leva as pessoas a
identificar e a precisar seus desejos, objetivos e, também, a expressá-los em
termos financeiros. Tal procedimento é fundamental para orientar as decisões e
mobilizar os recursos necessários à realização dos planos, tendo em vista uma
situação financeira inicial. As pessoas precisam de objetivos. O planejamento
financeiro detalha as previsões financeiras e ajuda a definir estratégias para
alcançá-los.
3. Permite obter maior controle sobre as finanças: a expressão
final do planejamento financeiro é o fluxo de caixa, que inclui e apresenta as
entradas (ou recebimentos), as saídas (ou pagamentos) de caixa ou dinheiro e a
diferença entre ambas. Esta última pode gerar excedente (sobra de dinheiro),
insuficiência (falta de dinheiro) ou saldo nulo (montantes iguais de entradas e
saídas de caixa). Mais precisamente, o fluxo de caixa permite identificar as
origens (fontes) e os destinos (aplicações) de todo o dinheiro movimentado por
uma pessoa ou família em determinado período. Trata-se de um instrumento de
vital importância para administrar, analisar e controlar mais eficientemente as
finanças pessoais, bem como acompanhar o cumprimento de metas e objetivos.
Estas ações fornecem ainda subsídios para uma eventual necessidade de revisar o
planejamento financeiro.
4. Eleva a capacidade para enfrentar contingências: o detalhamento
de suas previsões financeiras dota as pessoas de uma maior capacidade para
enfrentar contingências. A análise do fluxo de caixa permite, por exemplo, que
elas se antecipem a eventuais insuficiências de dinheiro e busquem alternativas
para contorná-las, seja por meio da redução ou do adiamento de saídas de caixa,
seja mediante o aumento ou a antecipação de entradas de dinheiro. Do mesmo
modo, a previsão e a constituição de um fundo de reserva podem ajudar as
pessoas a enfrentar as contingências sem maiores problemas financeiros. Enfim,
o objetivo é assegurar a boa saúde financeira de indivíduos e famílias e
incutir-lhes o hábito de gastar mais sabiamente e com visão de futuro.
5. Exerce um papel importante na acumulação de riqueza: o
planejamento financeiro destina-se também a ajudar as pessoas a direcionar seus
recursos para aplicações que aumentem sua riqueza. Esta corresponde ao conjunto
de bens e direitos (ativos) que a pessoa possui. Geralmente são veículos,
imóveis, obras de arte, joias, aplicações financeiras (poupança, ações, títulos
de renda fixa), ou seja, ativos tangíveis e intangíveis. As eventuais dívidas
ou obrigações exigíveis (passivos) devem ser subtraídas para calcular a riqueza
líquida. Assim, aquele que pretender aumentar sua riqueza pode considerar o
planejamento financeiro como um forte aliado. Afinal de contas, conhecer e
avaliar as previsões de movimentação do dinheiro - suas origens e aplicações -
permite direcioná-lo a itens mais produtivos.
Uma vida financeira saudável e
próspera requer objetivos financeiros precisos e uma administração eficiente do
dinheiro. O planejamento financeiro é um instrumento importante para toda
pessoa que pretenda administrar inteligentemente suas finanças para conseguir
realizar objetivos e projetos. Portanto, adote o planejamento financeiro em sua
vida e tire vantagem de suas contribuições.
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Antonio Dias Pereira Filho é professor, pesquisador, escritor e palestrante em
finanças e contabilidade. Autor de Structure du capital, dynamisme
environnemental et performance: une articulation entre la finance et la
stratégie. Paris: Les Éditions du Panthéon, 2012.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
Novo remédio promete combater a vontade impulsiva de compras
Por: Luiz Fernando M. Schvartzman
Pesquisadores
do mundo inteiro tentam descobrir a cura de diversas doenças e distúrbios que
afetam a nossa sociedade. São remédios para obesidade, para stress e, agora,
lançam uma nova receita para curar a vontade compulsiva de comprar. Diariamente
nos deparamos com várias oportunidades e desejo de comprar: roupas, televisão,
celular, notebook, carro, apartamento, pacote de viagem, refeições especiais,
etc.
Cada
vez mais somos “bombardeados” por propagandas, seja por e-mail, telefone,
internet, outdoor, rádio, televisão e qualquer lugar que possamos imaginar. São
cores, sons, frases, músicas, formatos, pessoas, luzes e tudo mais para chamar
nossa atenção. E resistir a tudo isso é quase impossível.
A
“doença” da vontade compulsiva de comprar causa ainda alguns efeitos
colaterais. Além da falta de dinheiro, foi encontrada em alguns pacientes,
perda da capacidade de realizar sonhos maiores, uma tristeza crônica de não
conseguir comprar e usufruir um pouco destas “oportunidades” que lhes são
oferecidas e em casos mais graves um profundo grau de depressão, endividamento
e perda do emprego.
O
estudo identificou diversos casos desde os mais simples até aos mais complexos,
sendo que o número de casos desta “doença” está crescendo cada vez mais no
Brasil atingindo das classes mais baixas até aos mais abastados.
Alguns
pacientes estão tratando da doença com a “hora extra”, criando novas fontes de
renda, trabalhando cada vez mais para suprir a necessidade que o vício traz. No
entanto este tratamento causa maior dependência, podendo causar “aumento
ilusório do padrão de vida ” e as consequências podem ser ainda maiores.
Sempre
surgirão novos itens, novos produtos e novas ideias para pegar no nosso ponto
fraco e vender cada vez mais. Não adianta se enganar parcelando as compras,
colocar a culpa nos salário e muito menos na inflação.
Mas
afinal, qual é o remédio para este problema? Simples: Planejamento financeiro
com algumas doses de mudança de hábitos e uma injeção de organização dos
gastos.
Quando
não temos uma boa organização dos nossos gastos e nem objetivos claros,
acabamos gastando com itens desnecessários e perdendo o controle. Portanto, se
você souber quais os seus objetivos, seus planos, dificilmente será
“convencido” na direção de outros produtos e ofertas. No tratamento podem
ocorrer algumas recaídas, mas não tem problema: planeje uma quantia, para os
desejos oportunos, mas nunca comprometendo seus reais objetivos e de longo
prazo.
Com
o tempo você irá perceber que essa receita irá “milagrosamente” diminuir sua
necessidade e vício por comprar, entrar em uma loja para dar uma olhadinha e
por incrível que pareça, nem vai precisar trabalhar tanto a mais para
conquistar alguns dos seus sonhos. Experimente!
Se seus problemas persistirem, procure um
Planejador Financeiro.
terça-feira, 30 de julho de 2013
O Brasil pós manifestações
O Brasil pós manifestações
Por: Luiz Fernando M. Schvartzman
A onda de manifestações que tomou
conta do Brasil nas últimas semanas irá impactar em diversos setores econômicos
e políticos brasileiros. Certamente teremos um país diferente para os próximos
anos e muita mudança deverá ser feita.
Nos anos anteriores a crise de
2008 o Brasil “cresceu” consideravelmente, em comparação com outros anos
anteriores, mas foi um crescimento não sustentável que podem ser refletidos em
todas as manifestações ocorridas neste ano. Através de um governo populista, o
PT conseguiu tirar milhões de brasileiros da miséria e elevar outros milhões de
brasileiros à “Classe C”, no entanto isso não foi acompanhado de
desenvolvimento e infraestrutura.
Muitos novos brasileiros puderam
comprar sua primeira casa própria, financiar seu veículo, viver com um pouco
mais de dignidade, usufruindo de novos bens e lazer. Cresceu toda uma economia
de varejo. A china com grandes taxas de crescimento passou a cada vez mais
importar do Brasil e nossas empresas exportadoras se beneficiaram. O preço do
dólar caiu e o Brasileiro foi fazer compras em Miami.
Contudo esse “crescimento” não
foi sustentado por desenvolvimento. Continuamos com os serviços de saúde
precários, falta de qualificação da mão-de-obra, péssima estrutura de educação
básica, poucos investimentos em infraestrutura de transporte (aéreo, terrestre,
naval e ferroviário) políticas publicas, fiscais e econômicas antigas e
atrasadas e níveis absurdos de corrupção. Portanto, o crescimento derivado
desenvolvimento não ocorreu e foram maquiados nos governos populistas com
notícias do crescimento do PIB, diminuição de níveis de desemprego, a famosa
superioridade à “marolinha” da crise de 2008 aliados a uma euforia tanto dos
brasileiros e mundial em relação ao crescimento do Brasil.
Vindo as crises de 2008 e 2011,
mensalão, altíssimos gastos com a Copa do Mundo, todos perceberam que o Brasil,
não era o que estavam projetando e havia problemas muito mais graves. Até que
nas últimas semanas foi a vez do povo perceber e colocar para fora toda a
insatisfação que vem sendo percebida nos últimos anos.
O Brasil é o país que teve a segunda mais
baixa variação do Produto Interno Bruto (PIB) entre as nações da América Latina
no ano passado (2012): apenas 0,9%, último entre os que apresentaram
crescimento e à frente apenas do Paraguai, que apresentou queda de 1,2% no PIB
em 2012. Os dados são da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
(Cepal) que fez um ranking com 20 países da região.
Grande parte do crescimento
brasileiro das últimas décadas foi proveniente de muito dinheiro injetado e
“distribuído” para as camadas mais pobres (Bolsa Família, Bolsa Escola,
Politicas de habitação, cotas nas universidades, etc) que serviram para uma
fundamental inclusão social e até um pequeno desenvolvimento. No entanto não
basta inserir milhões de novos outros consumidores, investidores, se não existe
estrutura básica para absorvê-los. Essas
pessoas precisam agora de escolas melhores, hospitais melhores, estradas melhores,
sistema de transporte urbano melhor e isso não foi feito.
O crescimento sem desenvolvimento
gera vários outros graves problemas que são os hospitais superlotados, sistema
de transporte precários, educação de má qualidade e varios outros. Antes muitas
pessoas nem chegam a usufruir do mínimo que o país proporcionava. Morriam em
casa, sem saneamento básico, sem escola, sem a mídia. A diferença é que agora
morrem nas filas do SUS.
Portanto, agora o povo brasileiro
percebeu que o problema não era a “Bolsa Familia”, a “Bolsa Escola”, ou a falta
de médicos, mas a falta de estrutura e lideranças no Brasil. Um grande
termômetro de desenvolvimento de um país é o mercado financeiro e a Bolsa de
Valores. Desde o fim de 2011 muitos investidores estrangeiros que antes
“apostavam” no Brasil começaram a vender suas posições e investir em outros
países. A grande interferência do Governo, e ações desmedidas afastaram os
investidores estrangeiros do Brasil e aos poucos os próprios brasileiros estão
parando de acreditar no Brasil. Precisamos dar um passo para trás para voltar a
crescer. Não adianta crescimento sem investimento. De nada adianta encher o
pobre de dinheiro se ele não tem cultura, educação e saúde para utilizá-lo. Se
muita coisa não mudar e melhorar, a tendência é piorar ainda mais.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Brasileiro não lida bem com dinheiro nem quando renda é alta
Brasileiro não
lida bem com dinheiro nem quando renda é alta
Novo indicador de educação financeira mostra que conhecimento financeiro
do brasileiro não é mau, mas comportamento é medíocre em qualquer segmento de
renda
Priscila Yazbek – Exame.com
São Paulo
- Ter mais ou menos dinheiro não é sinônimo de um melhor comportamento
financeiro. Essa foi a conclusão do Indicador Serasa Experian de Educação Financeira do Consumidor, lançado
nesta segunda-feira (13).
Três
dimensões foram avaliadas para formar o índice: conhecimento, atitude e
comportamento. Os resultados mostraram que no item comportamento, brasileiros
que ganham mais de 10 salários mínimos (6.780 reais) tiraram a nota 5,1 em uma
escala que vai de 0 a 10, enquanto aqueles que recebem um salario mínimo (678
reais) alcançaram 5,0.
No
subíndice comportamento é avaliado o que o entrevistado de fato realiza, ou
seja, se ele gasta mais do que ganha, se investe e se pensa em sua aposentadoria.
Já o
subíndice conhecimento avalia se os brasileiros entendem alguns conceitos
financeiros como os juros, direitos do consumidor, riscos, retornos, inflação e
outros. E o quesito atitude mede a percepção que o entrevistado tem sobre sua
relação com as suas economias.
Na
classificação geral, que engloba todos os subíndices e classes sociais, o
brasileiro obteve a nota média 6,0. No quesito comportamento, a nota geral
ficou em 5,2; no item atitude a nota foi 6,3; e no quesito conhecimento, foi
registrada a melhor média, com a nota 7,5. Sinal de que bom conhecimento também
não se traduz necessariamente em bom comportamento financeiro.
"A conclusão
do estudo é que o brasileiro tem um nível de educação financeira razoável. E os três conceitos apresentaram
notas bem distintas. Conhecimento foi a maior nota, ou seja, o brasileiro
conhece razoavelmente bem os conceitos-chave da educação financeira, sabe
avaliar a questão de risco-retorno, juros, etc. Com relação a atitudes, sabe
como deveria se comportar, mas na hora de colocar os conceitos na prática,
acaba se embaralhando. A questão comportamental deixa a desejar e impede um
melhor conceito de educação" explica o economista da Serasa Experian, Luiz
Rabi.
Os itens
têm pesos diferentes no resultado final do índice: comportamento tem um peso de
50% no resultado, atitude, de 24%, e conhecimento, 26%.
Esse é o
primeiro índice que mede o nível de educação financeira do Brasil com tamanha
abrangência e nível de detalhes. Foram consultadas 2.002 pessoas no primeiro
trimestre de 2013, em 142 cidades de todos os estados brasileiros e no Distrito
Federal.
Classificação
geral por renda
Na
classificação geral do índice, brasileiros com renda familiar de mais de 10
salários mínimos obtiveram a nota 6,4. Aqueles com renda familiar entre cinco a
10 salários mínimos ficaram com 6,2; de dois a cinco, 6,1; de um a dois
salários mínimos 6,0; e as famílias com menos de um salário mínimo ficaram com
nota 5,7 no índice de educação financeira.
"Há
uma evolução positiva no nível de educação financeira, conforme aumenta a
renda, mas o item que leva à diferença entre os resultados é o comportamento. O
conhecimento e a atitude são muito próximos em diversas faixas de renda",
comenta Luiz Rabi.
Na divisão
por gêneros, os resultados mostram que não há tanta diferença no índice obtido
por homens e por mulheres. As mulheres tiveram uma nota média de 6,0 e os
homens, 6,1.
No
subíndice comportamento, tanto os homens quanto as mulheres obtiveram média
5,2. As diferenças maiores foram apontadas mais uma vez no quesito
conhecimento, cuja nota foi de 7,3 para as mulheres e 7,7 para os
homens, e no item atitude, que resultou em uma média de 6,4 para os homens
e 6,2 para as mulheres.
Rabi
comenta que com esse resultado é possível afirmar que os homens conhecem um
pouco mais os conceitos financeiros, mas na prática se comportam exatamente da
mesma maneira que elas. "Os homens parecem conhecer um pouquinho mais,
mas, na hora de se comportar, fazem as mesmas besteiras. Aquela questão de que
o homem sabe mais que a mulher é um estereótipo. Do ponto de vista de
comportamento, a nota é rigorosamente a mesma. Isso contradiz o senso comum de
que a mulher não teria tanto cuidado com o dinheiro, de que é mais
gastadora", diz o economista.
Poupança
O indicador mostrou também que 76% dos consumidores com
mais de dez salários mínimos têm poupança. Percentual que cai para apenas 18%
entre os brasileiros com até um salário mínimo.
terça-feira, 9 de julho de 2013
A CRÔNICA DE UMA VIAGEM
A CRÔNICA DE UMA VIAGEM
Por: Luiz Fernando Mendonça
Schvartzman
- Bom dia, meu nome é Paulo, estou procurando um destino para viajar com a minha família, mas ainda não sei para onde eu quero ir. O que você me aconselha?
- Mas o que você procura? Destinos internacionais, nacionais, praia ou montanha? Roteiros românticos, aventuras ou pitorescos? Qual é o estilo de vocês?
- Então, não sei bem ainda, trabalhei muito nos últimos anos, consegui juntar algum dinheiro e agora quero levar minha mulher e meus filhos para uma viagem inesquecível. Dos pacotes que você vende, quais você me indicaria.
- Sr. Aqui nos não vendemos pacotes, mas fazemos roteiros exclusivos com viagens únicas. Tenho certeza que faremos um plano de viagem inesquecível para a sua vida.
- Ótimo isso mesmo o que eu procuro.
- Sr. Preciso fazer algumas perguntas para pensar qual é a viagem ideal para você e isso pode levar um tempo, você está com pressa?
- Pode ser sim, não estou com pressa, quero fazer isso da melhor maneira possível.
- Você me disse que quer viajar com sua esposa e filhos, correto?
- Isso
- Desculpe ser indiscreto, mas qual a sua idade, da sua esposa e dos seus flhos?
- Eu tenho 45 anos, minha esposa 42, tenho um filho de 19 e outro de 16 anos
- Quando você pretende realizar a sua viagem?
- No inicio do ano que vem
- Então temos pouco mais de 8 meses para planejar esta viagem. Creio ser tempo suficiente para planejar.De quantos dias será está viagem? Todos vocês estarão de férias?
- Sim, programei minhas férias para o inicio do ano, mas não sei quanto tempo vai durar a viagem, depende dos meus destinos.
- Ok, bom ponto de vista. Vejamos, nesta época do ano temos alguns locais que são inverno e outros verão, vocês se sentem melhor em que clima?- Não sei!
- Não tem problema, vou te ajudar. Os climas mais frios permitem uma maior união da família, são programas mais calmos. Favorece o diálogo entre vocês e lhes permitem conhecer climas diferentes do Brasil. No entanto o clima quente favorece a prática de mais atividades. Locais ensolarados são mais alegres e agitados. Qual destes climas vocês se sentem melhor?
- Acho que o estilo de frio será mais apropriado para este momento.
- Dentre os locais com clima frio, no inicio do ano, deverá ser no hemisfério norte, portanto exclui-se uma viagem para o Brasil. Isso é algum problema?
- Não
- Você possui facilidade com algum idioma?
- Tenho com inglês.
- Isso é muito bom, pois grande parte dos países do hemisfério norte tem facilidade com o inglês, mesmo não sendo língua pátria. Você já conhece algum país do hemisfério norte? Gostaria de conhecer algum? Sua esposa ou filhos possuem algum sonho de conhecer algum lugar?
- Nos já fomos para os Estados Unidos há 5 anos. Mas gostaríamos de conhecer outro país.
- Gostam de possibilidade de conhecer a Europa?
- Sim, bastante
- Tem alguma característica, cultura ou atividade que gostariam de visitar ou conhecer?
- Agora que você me disse isso, gostaria que meus filhos conhecessem um pouco da história de alguma civilização, cultura, artes, algo do tipo. Quero que esta viagem sirva não só para nossa família descansar e nos unir, mas também para aprender.
- Que ótimo, posso te ajudar bastante, além de trabalhar com turismo, sou formado em história e posso ter dar excelentes dicas. As histórias das civilizações principalmente na Europa são rodeadas de grandes acontecimentos, dentre guerras, questões religiosas, artes, política e diversos outros. Quais destes itens lhe geram maior curiosidade?
- Gosto de guerras. Quero que meus filhos vejam e aprendam sobre a crueldade dos seres humanos. E assim dar valor a vida, a família, aos bons costumes. Creio que para mim e para a minha esposa também seria muito impactante.
- Ok, senhor, me desculpe, mas a nossa loja já está fechando. Estamos a 4 horas conversando. Podemos continuar esta conversa outro dia?
- Com certeza, agradeço a sua atenção.
- Pode ser que em um próximo encontro ainda não dará tempo de terminar o planejamento da viagem, talvez seja necessárias mais reuniões, ainda temos muitas questões a serem discutidas, pode ser para você?
- Sem problemas, mas você vai perder muito tempo comigo.
- De forma alguma, é um prazer, essa é a politica da nossa empresa, não vendemos um pacote de turismo, te ajudo a construir a sua viagem dos seus sonhos identificando suas possibilidades, suas características e seus recursos. Tenho certeza que você conseguiria viajar sozinho, comprando um pacote de turismo ou as passagens, reserva de hotéis... mas não será igual à forma que eu sei fazer. Sei torna-la única e inesquecível. Sei identificar aquilo que você realmente está sentindo, sei otimizar a sua viagem, os caminhos que provavelmente você não saberia, o momento, o local e a hora do por do sol mais bonito que você já viu.E temos 8 meses para fazer esse sonho acontecer.
- Tudo ótimo Antônio e com você?
- Tudo ótimo também. Vamos continuar o projeto da viagem?!
- Claro vamos la, trouxe a minha esposa e meus filhos para esta reunião. Gostaria que eles participassem. Afinal não é apenas o meu sonho, mas de todos nós.
- Que ótimo, assim é bem melhor!
- Continuando nossa última reunião falamos da questão do aprendizado em guerras, na questão dos valores pessoais, etc. Trouxe aqui para você alguns livros sobre o tema, caso tenha interesse.
- Será muito bom, depois da última reunião, fiquei bem empolgado e conversamos em família sobre isso quase toda noite. Inclusive também comprei um livro.
- Dentre o perfil de destinos que comentamos na última reunião, pesquisei e achei interessante a Polônia, Áustria, Alemanha e República Tcheca, que participaram das grandes guerras de maneiras diferentes e lhes permitem analisar diversos pontos de vista.
- Nos também listamos estes países – disse a esposa- que coincidência!
- Quem bom que estamos alinhados neste ponto de vista! – Disse Antônio
- Visitando estes quatro países com na média 5 dias em cada, daria uma viagem de 20 dias. O que acham?
- Perfeito! Daria para todos nós – Disse Paulo!
- Mas Antônio – indagou Paulo – você em nenhum momento falou de preços, se eu tenho o dinheiro para pagar toda está viagem, o quanto eu já tenho, etc?
- Boa pergunta Paulo, mas o que realmente importa é onde você quer chegar, qual o seu sonho e a partir de então vamos enquadrando para o seu padrão de vida.
- Entendo, mas se eu não tivesse condições para pagar uma viagem para a Europa?
- De qualquer forma eu precisava conhecer você e seus sonhos. Agora podemos adaptá-lo a sua realidade, condições e planos.
- Como assim?
- Você deixaria de viajar no inicio do ano que vem, esperar mais um ano economizando dinheiro para realizar a viagem dos seus sonhos? Ou preferiria comprar outra viagem mais barata para outro local?
- Eu adiaria um ano para realizar um sonho.
- Ou então, ao invés de viajar por quatro países em 20 dias, você poderia conhecer 2 países em 10 dias e em uma outra oportunidade você conheceria os demais?
- Sim,
- Ou caso esta viagem, desta forma, nesta época fosse importante para você. Você deixaria de ir em restaurantes todos os meses, sua esposa deixaria o carro em casa e andaria de ônibus até o fim do ano e seus filhos separariam 20% da mesada para ajudar na viagem?
- Sim – disse a esposa
- Sim – Disseram os filhos
- Sim – Disse Paulo.
- Ainda, sim lhe darei dicas e descontos que conheço que farão economizar em estadia, hotéis, passagens aéreas. Além de organizar e planejar tudo antes reduzindo custos com deslocamentos errados, seguros caros, taxas ocultas e vários outros.
- E se depois de tudo isso – continuou Antônio - ainda faltasse dinheiro, você pagaria parcelado com uma pequena taxa de juros pelos próximos 2 anos, tudo dentro do seu orçamento para realizar esse sonho de toda a sua família?
- Pagaria também.
- De que adiantaria eu vender um pacote, muito mais barato, parcelado, sem juros, para um lugar muito bonito, mas que não fosse construído como o sonho da sua família, seria a mesma coisa?
- É realmente, agora eu entendi – disse Paulo.
- Essa será uma viagem para sempre.
- Ok, então vamos continuar, porque temos muito o que planejar – Disse Maria, esposa de Paulo ansiosa pelo resultado.
- Claro.
Depois de mais algumas reuniões Antônio e a família de Paulo planejaram e organizaram toda a viagem, sempre falando dos sonhos, planos, projetos. Com a aproximação da viagem ficavam cada vez mais ansiosos.
- Antônio isso é uma pequena lembrança, por tudo isso que você fez pela nossa família. Não podia imaginar que ao entrar em uma agencia de turismo poderia fazer um amigo, e melhorar drasticamente a minha relação com a minha família, minha qualidade de vida, e poder visitar lugares incríveis.
- Paulo, uma grande viagem não é só o resultado dela em si, as lembranças e as fotos, mas também toda a caminhada para a construção da viagem, desde a concepção do sonho, o planejamento até os pequenos sacrifícios para que este sonho se torne realidade.
- Já estamos planejando a próxima viagem, e preciso de você para me ajudar.
- Conte sempre comigo.
Ela não te vende produtos, não possui metas. Quem trabalha la tem o prazer de realizar esse sonho.
Para te atender demora o tempo que por preciso, analisando cada detalhe, exclusivamente para você
Você iria correndo para lá para programar a sua próxima viagem?
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Plano de viver de renda e aposentadoria
Artigo do Valor Econômico:
Sou médico, tenho 70 anos e pretendo em breve
desacelerar o trabalho e viver da minha aposentadoria e da renda de aluguéis e
dos investimentos. Como profissional liberal, recebo em média (incluindo a aposentadoria)
R$ 20 mil. Concentro o patrimônio em imóveis residenciais e comerciais. Tenho
R$ 250 mil em aplicações financeiras como CDB DI e fundo de renda fixa. Tenho
mais R$ 150 mil disponíveis para investir ou comprar um imóvel. Não sei bem
como devo direcionar os investimentos nesta fase da vida e que caminhos seguir.
Estou com vontade de comprar mais um imóvel.
Waldir Leôncio Netto (CFP) responde:
A transição para um estilo de vida sustentado pela
renda de investimentos e previdência é o sonho de muita gente, parabéns por
chegar lá com boa estrutura financeira. Supondo que seu patrimônio se resuma às
aplicações mencionadas. Assim, nota-se uma alta concentração em renda fixa e
uma baixa diversificação de carteira. De fato, aposentadoria combina com investimentos
mais conservadores, que priorizem a geração de caixa em vez do ganho de
capital, mas se sua renda passiva for mais que suficiente para bancar o novo
estilo de vida, pode ser interessante alocar um percentual de seu patrimônio na
renda variável, principalmente considerando a crescente dificuldade em
encontrar pechinchas no mercado imobiliário atual.
Investir em renda variável neste momento pode
parecer contraintuitivo, mas acompanhe o raciocínio: segundo a mais recente
tábua de mortalidade divulgada pelo IBGE, homens brasileiros de 70 anos têm uma
expectativa de vida de mais 13,4 anos, ou seja, tendem a viver em média até os
83. Esse tempo costuma ser mais que suficiente para perceber a inerente
tendência altista do mercado de ações. Mesmo passando por um momento de grande
baixa, o Ibovespa fechou 2012 a 60.952 pontos, um ganho médio anual de quase
20% (ou 12%, descontada a inflação) em relação aos 11.602 pontos registrados há
dez anos. Além disso, lembre-se que o foco do investidor em ações não deve ser
no ganho de capital, mas no fluxo de caixa recebido na forma de dividendos,
juros sobre o capital próprio e aluguel dos papéis. Estes tendem a ser um tanto
mais previsíveis do que o preço das ações e podem representar uma frequente e
diversificada fonte de recursos.
Com base não só em sua carteira atual, mas no seu
perfil de risco e nos planos que tiver para o seu futuro e o de seus herdeiros,
um planejador financeiro poderá lhe ajudar a identificar a distribuição ideal
dos investimentos. Pergunte-lhe também sobre outras opções de investimento como
os fundos imobiliários (FIIs) e os fundos de índices (ETFs) e de ações (FIAs),
especialmente aqueles voltados a boas pagadoras de dividendos.
Mesmo quem atinge a independência financeira não
está livre de emergências como um tratamento não coberto pelo plano de saúde ou
um imóvel vazio por muito tempo. Portanto, mantenha uma reserva suficiente para
cobrir alguns meses de despesas, de preferência em uma aplicação de alta
liquidez separada dos investimentos que mantém para gerar renda.
Aproveite que está com a mão na massa e faça uma
lista de tarefas pré-aposentadoria. Ela deve incluir atividades como verificar
o benefício da previdência social, pesquisar planos de saúde e atualizar seu
testamento. Reserve ainda um tempo para detalhar suas receitas e despesas nessa
nova fase da vida, avaliando onde pretende morar, o quanto pretende trabalhar e
como gastará seu tempo livre.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Como escolher um planejador financeiro
Como escolher
um planejador financeiro
Valor Econômico – 15/05/2013
Decidir
o quanto poupar e onde investir é sempre uma tarefa difícil. Contar com a
assessoria de um profissional especializado para ajudar a definir os objetivos
financeiros e avaliar as melhores opções de investimento tendo a certeza de que o especialista
estará agindo de forma independente e isenta ainda é um luxo restrito a poucos no Brasil.
Mas esse quadro pode mudar.
No
dia 4 de maio, mais de 300 profissionais se reuniram para discutir os rumos e
tendências para a profissão de planejador financeiro pessoal. Foi em um
seminário promovido pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais
Financeiros (IBCPF).
As
principais discussões giraram em torno do que Deena Katz, professora do
departamento de planejamento financeiro pessoal da Texas Tech University, nos
Estados Unidos, chamou de quatro mitos da profissão de planejador.
O
primeiro deles é a crença que, para o cliente, é sempre mais eficiente o
pagamento direto pelo serviço de assessoria financeira. A fórmula padrão é a de
uma remuneração fixa, relacionada com a dificuldade do trabalho. Supostamente,
essa é a maneira mais segura para minimizar os potenciais conflitos de
interesse.
Casos
em que as recomendações do profissional não estão, necessariamente, em linha
com os objetivos do cliente podem ocorrer com frequência. Após a análise da
situação patrimonial, o planejador financeiro tende a recomendar ações
práticas. Além de ajustes no orçamento doméstico, o especialista pode sugerir
determinados produtos financeiros, tais como aplicações em ações e fundos de
investimentos, quitação de empréstimos ou contratação de seguro e plano de
previdência.
O
bom senso sugere que, se a remuneração do planejador financeiro não estiver
atrelada à execução das recomendações, a isenção da análise será maior. No
entanto, Katz tem uma visão mais pragmática sobre o tema. Alguns clientes,
argumenta a especialista, podem se sentir desconfortáveis em pagar
antecipadamente por um serviço que não sabem, ao certo, qual resultado terá.
Porém, eventualmente, concordam que o planejador financeiro receba um
percentual sobre as ideias que forem efetivamente levadas adiante, mesmo na
forma de rebate sobre comissões de produtos financeiros.
O
importante é que o planejador financeiro adote princípios sólidos para o
exercício da atividade profissional, seja transparente, mantenha a isenção e
saiba identificar e administrar os inevitáveis conflitos. Mesmo no caso em que
os ganhos venham a ser gerados por meio de comissão de venda de produtos, é
possível manter a isenção. Mas é fundamental que o cliente, após ser informado
sobre a forma de remuneração do profissional, não tenha objeções.
O
segundo mito é a necessidade de o planejador possuir uma prática independente,
sem vínculos com instituições financeiras. Katz lembra que, para desenvolver
uma atividade autônoma, é necessária a contratação de diversos serviços
indispensáveis para o atendimento das demandas dos clientes. Dependendo do
estágio de desenvolvimento do mercado em que o planejador atua, os custos dos
serviços podem ser proibitivos. E compara os Estados Unidos com o Brasil.
Devido ao tamanho do mercado americano, os serviços de análise, negociação,
custódia e controladoria são oferecidos aos planejadores financeiros por uma
fração do que são cobrados aqui no país.
Além
disso, a atividade independente envolve preparo específico, tais como noções de
empreendedorismo, controle de custos e estratégias de captação e manutenção de
clientes. Na pior das hipóteses, o conjunto de outras tarefas pode tomar o
tempo e a energia que poderiam estar sendo empregados no planejamento
financeiro para os clientes.
Uma
possibilidade, então, é que, mesmo atuando como parte de um conglomerado
financeiro, o profissional adote práticas que o estimulem a agir de maneira
independente. Assim, colocará os interesses do cliente em primeiro plano. Cabe
ao potencial cliente desenvolver a percepção necessária para identificar com
que tipo de profissional está trabalhando.
O
terceiro mito é a necessidade de especialização do planejador financeiro na
gestão de recursos. Com a constante sofisticação do mercado de investimentos,
existe a pressão para que o profissional seja, cada vez mais, um especialista
em produtos e estratégias financeiras.
Para
Katz, o planejamento financeiro eficiente envolve uma abordagem holística, que
deve levar em consideração todos os aspectos das necessidades financeiras do
indivíduo. Se a opinião especializada for fundamental para resolver a
necessidade específica de um cliente, ela pode ser conseguida por meio de
consulta a outros profissionais.
Nos
mercados desenvolvidos, a especialização dos profissionais de planejamento
financeiro não tem ficado restrita às atividades de gestão de investimentos.
Hoje, existem assessores dedicados ao atendimento de determinados tipos de
demandas, tais como pequenos empresários ou famílias em que algum integrante
possui certo tipo de necessidade especial.
Por
último, o quarto mito é que os clientes querem apenas assessoria para
investimentos. Katz explica que, ao longo do tempo, houve mudanças relevantes
das principais preocupações. No passado, a recomendação final era o que
importava. As novas gerações preferem uma abordagem que propicie respostas
corretas.
Hoje,
é fundamental que o planejador financeiro possua um sólido processo para chegar
às recomendações. E deve ficar claro para o potencial cliente.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Made in USA
Made in USA
Por Ricardo Amorim
Há anos, a produção da indústria brasileira está estagnada em níveis atingidos no final de 2008. Ao invés de enfrentar as causas estruturais da baixa competitividade da nossa indústria – infraestrutura precária, carga tributária excessivamente elevada, ambiente de negócios instável e produtividade da mão de obra muito baixa – o governo preferiu concentrar seus esforços em desvalorizar o real e conceder algumas isenções tributárias temporárias e concentradas em poucos subsetores. Em paralelo, agiu para reduzir as margens de lucro e a rentabilidade dos negócios em vários setores, como elétrico, financeiro, mineração e petrolífero. Empresários, preocupados, reduziram investimentos.
A forte concorrência chinesa tem sido uma realidade para a indústria brasileira e para toda a indústria global. Já passou da hora de nos prepararmos para outra competição, agora com a indústria americana.
Como alertei ainda em 2010, a crise dos países desenvolvidos é na essência causada por excesso de endividamento. Ela só pode ser resolvida com um forte aumento de poupança e diminuição do consumo por lá. Acontece que menos consumo levará a menos crescimento, mais desemprego e salários menores.
Este processo é exatamente o reverso da medalha do que está acontecendo no Brasil e nos países emergentes. Aqui, o crédito sobe, o desemprego cai e os salários aumentam, sustentando a expansão do consumo e ganhos socioeconômicos.
O único instrumento de estímulo macroeconômico que restou aos países ricos são doses cavalares de impressão de dinheiro, com a consequente desvalorização de suas moedas. Com salários menores e moedas desvalorizadas, a perda de participação na produção industrial mundial de todos os países desenvolvidos na última década será revertida em algum momento nos próximos anos.
Nos EUA, este momento já está chegando. Não bastassem o dólar em desvalorização há uma década e os salários em contração em termos reais há seis anos, ocorre uma revolução na produção de energia, que deve levar os EUA de maior importador mundial de petróleo a exportador ainda nesta década. Tudo isto está reduzindo substancialmente o custo de se produzir nos EUA e aumentando a competitividade da indústria americana.
Por outro lado, tão cedo o consumo dos americanos não retomará a pujança anterior à crise de 2008. Isto significa que os produtores americanos direcionarão partes crescentes do que é produzido lá para outros mercados, aumentando sua participação nas vendas para o resto do mundo, incluindo o Brasil. Os EUA voltarão a ofertar produtos de menor valor agregado e retomarão mercados há muito perdidos. Prepare-se para o retorno do Made in USA.
Pode demorar mais para sentirmos seus efeitos, mas processos similares estão acontecendo na Europa e no Japão. Em paralelo, o crescimento chinês migra gradualmente para mais consumo interno e serviços, reduzindo o ritmo de crescimento da demanda por nossos metais e minerais.
Com mais competição dos desenvolvidos e menor fome chinesa por nossas matérias primas, o Brasil precisa urgentemente fortalecer seu potencial produtivo, estimulando investimentos, melhorando a infraestrutura, reduzindo os impostos permanentemente e qualificando sua mão de obra. O modelo de crescimento baseado na expansão do consumo, adotado pelo Brasil nos últimos 10 anos, se esgotou. O fraco crescimento e a aceleração da inflação deixam isso claro. Não dá mais para postergar soluções. A hora de cuidarmos do Made in Brazil está passando
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